Na década de 60 do séc. 20, acentuando-se nos inícios da década seguinte, eram inúmeros os focos de incêndio que surgiam nas áreas florestais ao longo da linha do Vale do Vouga. Rapidamente o velho comboio puxado por locomotiva a vapor, além do termo carinhoso de Vouguinha, ganhou o epíteto acusatório de “incendiário”.
Em a 19 e 20 de Agosto de 1972 lavra um violento incêndio que consumou uma grande área florestal. Foi o pretexto para que a CP decidisse encerrar a circulação na linha logo a partir do dia 28 de Agosto.
O velho Vouguinha que serpenteava a beira rio e a meia encosta, deu lugar ao transporte de passageiros em autocarros, no troço entre Sernada e Viseu e no ramal de Aveiro. Solução que rapidamente se verificou que não servia as populações.
A população manifestou-se, juntou esforços e lutou para a reposição do serviço ferroviário. E eis que veio da Revolução do 25 de Abril de 1974, muitas das aspirações do Povo português tiveram eco e foram conquistadas.
A reposição da circulação do Vouguinha foi uma delas, logo a 1 de Junho de 1975. Não com o velho cavalo de ferro a fumegar pelas estribeiras, mas com automotoras diesel. No entanto, o serviço rodoviário mantinha-se, e o desinvestimento na linha e material circulante foi cavando um fosso difícil de superar. A 1 de Janeiro de 1990 foi definitivamente encerrada a circulação no troço entre Sernada e Viseu, e o Vouguinha deixou de fazer parte do quotidiano dos severenses.
Este mês lançamos a questão: “Sabia que… os romanos exploraram as nossas minas?”
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