Os habitantes das margens do Vouga, há mais de 10 mil anos, usavam no seu dia a dia um autêntico “canivete suíço”. Este instrumento era feito a partir de um seixo rolado, no qual se davam duas pancadas criando duas arestas vivas e uma forma pontiaguda.
Um seixo rolado, assim talhado, permitia executar diversas funções. Por exemplo depois de caçar um animal com a aresta viva cortava-se a pele, que depois era raspada para se tirar a gordura e também alisada com outra superfície do seixo. As sementes ou as plantas que eram apanhadas podiam ser moídas e trituradas friccionando-as sobre uma pedra maior, como se fosse um almofariz. Daí serem os “canivetes suíços” da altura.
O seixo rolado facilmente se adaptava à forma da mão e era transportado pelos habitantes da altura, que eram nómadas, ou sejam não residiam sempre no mesmo local. Andavam muitos quilómetros ao longo dos vales dos rios, principais zonas de circulação, à caça e recolha de plantas e sementes.
No sítio do Rodo, em Couto de Esteves, foi escavado um dos sítios habitado há mais de 10 mil anos e onde se encontraram vários destes “canivetes suíços”. No Museu pode ver alguns exemplares.
Este mês lançamos a questão: “Sabia que… as portagens em Sever do Vouga não são de agora?”
Veja na edição do Jornal Beira Vouga já nas bancas!
Veja todos os artigos publicados nesta série, aqui.