07 – As Idades do Bronze e do Ferro: Início das Hostilidades
Embora a agricultura continuasse a ser a base de sustento destas populações, assiste- se a uma crescente especialização artesanal em que a produção do bronze (estanho + cobre) virá a criar uma diferenciação social do trabalho. O artesão coabitava junto dos seus, mas a sua capacidade técnica tornava-o um indivíduo especial, trazendo-lhe prestígio.
Com a passagem da Idade do Bronze para a Idade do Ferro, aumentam as desigualdades, denunciadas numa hierarquização social atestada nos bens de prestígio, dos quais o torques da Malhada é um bom exemplo. Desenvolvem-se muralhas nos povoados que refletem uma instabilidade sócio- política resultante dos crescentes conflitos regionais.
A morte era agora encarada de modo diferente, havendo rituais muito diversos que compreendiam a inumação individual, como aconteceu na Sepultura do Rei, e a incineração, já nos finais da Idade do Bronze, há cerca de 3000 anos. As grandes construções megalíticas deram lugar a pequenos montículos nada monumentais que hoje passam despercebidos na paisagem.
Vaso Troncocónico: Recipiente achado na década de 80 do séc. XX e oferecido a Monsenhor Celso Tavares da Silva, pelo pároco de Cedrim. Monsenhor Celso Tavares da Silva (1916-1996), natural de Cedrim do Vouga, foi um dos mais eminentes arqueólogos portugueses, tendo dedicado grande parte dos seus estudos à arte rupestre.
Colar de contas em vidro e cerâmica. Como se desconhece o contexto do seu achado, é difícil precisar a sua cronologia, podendo, no entanto, estar enquadrada entre a Idade do Ferro e a época romana.
Réplica de torques achado em Fevereiro de 1906 no sítio do Vale da Malhada, em Vila Seca. Esta joia, usada ao pescoço representava um “bem de prestígio “reservada a uma elite social da Idade do Ferro, mostrando a influência céltica nesta região. [O original encontra-se no Museu Nacional de Arqueologia, e foi declarado Tesouro Nacional]
Para saber mais:
- Consulte na WikiSever os artigos sobre Castêlo, em Cedrim; Vale da Malhada.
- AAVV (2013) – Sever do Vouga: Câmara Municipal
- Bettencourt, A. M. dos S. (1988). Os vasos tronco-cónicos da estação arqueológica do Castêlo Sever do Vouga. Arqueologia. Porto. 18, pp. 99-109
- Fortes, J. (1905-1908). Duas Jóias Archaicas. Portugália. Porto. 2, pp. 412-416.
- Souto, A. (1942). Romanização no Baixo Vouga (Novo “Oppidum” na zona de Talábriga), Trabalhos da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia, Porto, vol. XI, 9:4, pp. 283-328
- Ramos, Fernando Soares (1998) – . Sever do Vouga: Câmara Municipal