04 – Dólmens e Menires: Sinais no tempo e no espaço

No concelho de Sever do Vouga são conhecidos quase meia centena de monumentos funerários pré-históricos.
Embora não haja datações absolutas que atestem com exatidão as cronologias destes monumentos, podemos adiantar que os mais antigos dólmens terão sido edificados há cerca de 6500 anos.
A principal característica deste fenómeno é, no entanto, a enorme variedade de soluções arquitetónicas destes sepulcros. Temos um primeiro momento, provavelmente datado dos finais do v milénio / inícios do IV milénio a.C., marcado por dólmens de câmaras simples, de corredores indiferenciados e com corredores bem demarcados. Estamos certos que, a dado momento, terão coexistido, assim, várias arquiteturas num mesmo espaço.
As principais necrópoles deste concelho encontram-se na Serra das Talhadas e na Serra do Arestal, onde podemos igualmente observar um raro menir, o Menir dos Lameirinhos, junto à capela de S. Tiago do Arestal.
Todos estes monumentos eram locais essenciais na coesão social, onde as comunidades ainda errantes de pastores e agricultores, encontravam um elemento aglutinador: a fé numa vida além da morte.

Neolítico: a posse do território

As comunidades humanas do neolítico que viveram no território de Sever do Vouga são ainda muito mal conhecidas. De facto, do longo período genericamente englobado pelos finais do VI milénio a.C. e os princípios do III milénio aC, apenas possuímos vestígios da sua fase final que se deverá situar entre os 4.500 e os 3.700 a.C. Os sinais desse passado são-nos transmitidos pelos imponentes sepulcros megalíticos, os dólmens ou antas, edificados sobretudo nos planaltos da Serra do Arestal e das Talhadas.
As comunidades humanas deste período seriam formadas por pequenos grupos de agricultores e pastores que completavam a sua economia com a caça e a recoleção de frutos dependendo, deste modo, do que o território lhes proporcionava.

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