06 – A Arte Rupestre: o imaginário gravado

Entre o IV e o II milénio a.C., a arte fixa- -se na paisagem, ocupando o espaço vivido, no quotidiano, pelas comunidades humanas. Porém, também surge enclausurada no interior de monumentos funerários que eram visitados, apenas por alguns, em ocasiões especiais.

Sever do Vouga guarda notáveis exemplares quer da arte pública – gravuras ao ar livre –, quer dessa arte privada e mais intimista – arte megalítica – datadas do período Neolítico. Nessa época, as comunidades pré-históricas desta região adotaram uma linguagem simbólica abstrata que era partilhada por outras ao longo da fachada Atlântica europeia. Embora não possamos decifrar as mensagens transmitidas pelas coreografias de círculos, covinhas, espirais, linhas quebradas ou sinuosas gravadas nas rochas, é de crer que serviriam como um meio de comunicação não só entre os diferentes grupos humanos, mas também talvez entre o universo da realidade visível e mundos imaginários.

Contadas de geração em geração, e ainda conhecidas por muitos, lendas antigas relatam histórias de mouras encantadas -seres sobrenaturais que ‘viviam’ no interior dos penedos gravados. Estas lendas transportam para o presente a memória e relevância destes lugares para as comunidades que herdaram este mesmo território e que também nele gravaram sinais em pedras para delimitar o seu termo.

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